E se você achava que a humanidade não podia ficar pior… É porque você não tem imaginação (Thais França)
Copiei a frase acima do perfil do facebook de uma amiga. A frase precedia uma reportagem cujo título é o seguinte: Nova lei afegã proíbe que mulheres denunciem abusos sexuais. Acredito que o título da reportagem fala por si só…
E daí hoje, dia 08/03/2014 e “Dia Internacional da Mulher” eu resolvi que queria escrever sobre isso…
Eu gostaria de escrever um texto bonito, que não fosse cheio de chavões feministas*, mas a revolta é tanta que não sei se consigo não mencionar a sociedade machista/patriarcal em que vivemos… Não tem como não fazer referências aos países onde as mulheres não são respeitadas em nenhuma esfera… Não tem como não lembrar que em alguns países esse respeito é de fachada… Não tem como não lembrar das ditaduras que nos são ‘impostas’ (do corpo perfeito, da maternidade, da carreira, da dona de casa e mais: não reclame do salário inferior para a mesma função em muitas profissões…).
Além de tudo isso, em muitos lugares nem mesmo o prazer sexual nos é permitido…
Desculpem o desabafo em tom de fúria, mas se você ler a reportagem, assistir ao vídeo até o final e mesmo assim acreditar que isso “é a vida”, desculpe, companheiro, mas você tem problemas (ou melhor, você é o problema).
Para fechar, copio o que outro amigo escreveu (sim, eu tenho amigos muito legais):
Luta é substantivo feminino. Vida também. Não será coincidência. (Rui Miguel)
*Para ouvir algo sobre feminismo em um tom divertido, recomendo o vídeo “We should all be feminists”, infelizmente somente em inglês.
Rafa, o feminismo, machismo, sexismo…de modo geral, partem da premissa de uma normatização/enquadramento do sujeito a partir de princípios pré-definidos. Mesmos os rumos modernos tomados pelo “feminismo” apontam para uma visão unilateral de gênero. Neste plano, pensarmos a vida a partir do princípio responsabilidade e liberdade torna-se um grande desafio.
Como é ridículo pensarmos que um ser humano, por ser mulher, deva assumir a postura X ou Y dentro da sociedade. Ou, por ser homem, tenha que vestir a roupa de um espírito da piada pronta, preconceituosa, que se revela nos comentários de boteco ao lado de um estádio de futebol…
Obrigado pela reflexão.
Concordo contigo Mayco…
Quando morei em Coimbra cheguei a ter “aversão” de quem se declarava feminista. Morava no andar acima de uma república feminista que lhe rangiria os dentes ao invés de sorrir (a qualquer um, todos eram inimigos)… Acho que por isso gosto tanto do vídeo da Chimamanda… É leve, e não deixa de chamar para a reflexão uma série de coisas.
Por isso é importante definirmos e explicitarmos sempre de que ponto de vista falamos .
Como diz um amigo meu (sim, eu também tenho amigos legais… haha)
“Não fale sobre como é ser negro se você não é”.
As feministas lutaram (de forma aborrecida ou não) por muitos direitos que seriam inegociáveis no mundo masculino. Por isso, falar de gênero é sim uma forma unilateral e não poderia ser diferente, ainda bem.
É possível exercer a feminilidade sendo feminista, pergunto.
Acho que a Chimamanda nos é um excelente exemplo.